sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Lançamento do livro “Megatendências mundiais 2030 - Inscrições abertas

As inscrições para o lançamento do livro “Megatendências mundiais 2030 – O que entidades e personalidades internacionais pensam sobre o futuro do mundo?, de minha co-autoria, já estão abertas.

Como já havia divulgado, o lançamento ocorrerá no dia 14 de outubro de 2015 (quarta-feira), em Brasília, no auditório do Ipea, no SBS Quadra 1, bloco J, Ed. BNDES/Ipea, a partir da 9hs, e será distribuído gratuitamente.

Se você ainda não fez a sua inscrição e para facilitar a entrada no Ipea, favor confirmar participação no evento pelo email: eventos@ipea.gov.br

Participe da manhã de autógrafos, confraternização, debate e realização de networking com as comunidades de Planejamento e Estudos de Futuro que se integram neste evento.

Conheça mais sobre o conteúdo esse livro.

O livro “Megatendências mundiais 2030” reforça a necessidade de que líderes, tomadores de decisão e analistas brasileiros formulem estratégias nacionais em função do papel que o Brasil pretende exercer no mundo e das aspirações da própria sociedade, considerando os possíveis desafios e oportunidades futuras.

O livro destaca a redefinição da ordem global e caracteriza o momento como um período de transição. Cada uma das cinco dimensões abordadas está passando por transformações significativas que, ou alterarão as estruturas de poder, horizontais e verticais, ou fortalecerão essas estruturas. Não se sabe esse movimento será competitivo ou cooperativo, se haverá ou não novos paradigmas – ou mesmo a reformulação dos atuais – para orientar a condução das ações futuras. As dimensões se caracterizam como transversais e qualquer evento que ocorra em um deles afeta os demais, ainda que seus efeitos sejam assimétricos.

No campo da população e sociedade, a ideia força é o novo perfil populacional. Até 2030, a população mundial estará envelhecida e jovem ao mesmo tempo – por mais paradoxal que isso soe –, urbanizada, mais escolarizada, com melhor renda e mais empoderada. Países enfrentarão desafios com relação à mão de obra pelas razões inversas – uns, pela falta; outros, pela abundância –, à garantia de serviços públicos de qualidade, à solvência do sistema de seguridade social, à mobilidade urbana em cidades superlotadas, aos fluxos migratórios, à maior desigualdade social, entre outras questões. Já a sociedade, mais informada, poderá pressionar seus governos para negociar diretamente suas demandas, provocando ondas de protestos que poderão se alastrar pelos países e pelo mundo.

Quanto à geopolítica, o principal aspecto é a redistribuição do poder global, menos concentrado no Ocidente e mais direcionado ao Oriente, entremeado pela ascensão de potências emergentes. O desgaste progressivo da hegemonia dos Estados Unidos e da Europa e o crescimento da influência do BRICS e dos Estados Médios ampliam o debate em torno da governança global, atualmente em déficit, e outras questões relevantes, como a segurança internacional. A ampliação da multipolaridade pode trazer uma nova reconfiguração do poder militar. Difícil prever se essa guinada cada vez mais acelerada rumo à multipolarização, mas com prevalência de assimetrias, será conflituosa ou pacífica.

Na dimensão ciência e tecnologia, é a economia da inovação que ditará a lógica dos desdobramentos futuros. As inovações, além de facilitarem a vida das pessoas, se tornaram condição indispensável da produtividade e do desenvolvimento socioeconômico e sustentável no século XXI. O progresso científico e tecnológico é cada vez mais multidisciplinar e suas aplicações, mais integradas. As Tecnologias da Informação e da Comunciação, por exemplo, estão modificando a natureza das relações humanas, desde o trabalho até o lazer. Quando a automação, robótica, nanotecnologia e biotecnologia estiverem plenamente desenvolvidas, novas transformações virão.

Os modelos econômicos concorrentes estarão no centro do debate em torno do tema economia até 2030. Há uma reconfiguração em andamento na economia global, com países emergentes sustentando um maior crescimento do que países desenvolvidos. Essa reconfiguração acirrará a discussão em torno de modelos econômicos e trará para o centro da agenda global questões como presença do Estado na economia, inclusão social, classe média, novas regulamentações ao comércio e sistema financeiro internacional, investimentos em capital humano e inovações como fatores chave do crescimento econômico, responsabilidade fiscal e até mesmo água, energia e alimentos, entre outras.

Finalmente, no último tema, meio ambiente, a ideia força é o aumento do consumo em um cenário de escassez de recursos naturais e de degradação ambiental até 2030, adicionado a potenciais eventos climáticos extremos. Ainda é difícil avaliar se a Rio+20 e o lançamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável implementarão um novo paradigma ambiental que finalmente compatibilize qualquer modelo de crescimento econômico com sustentabilidade. Fato é que o modelo e o paradigma atual são agressivos ao meio ambiente e, além de levarem à escassez de recursos naturais, poderão contribuir para a ocorrência de eventos extremos, ocasionando impactos negativos ao ambiente social e econômico.

Todas essas questões afetam, direta ou indiretamente, os caminhos pelos quais o Brasil tenciona andar nas próximas duas décadas. Não se trata de um receituário pré-concebido para o planejamento estratégico de longo prazo nacional, e sim de questões importantes que merecem ser pensadas com a devida cautela analítica nesse planejamento. Logo, as escolhas sobre o futuro se constroem no presente. Isso é fundamental para o Brasil se preparar para enfrentar os desafios e as oportunidades que se apresentarão entre 2015 e 2030.

Este trabalho é, na verdade, um ponto de partida para uma discussão mais ampla. Uma vez identificadas as megatendências e as Sementes de Futuro visualizadas por organizações internacionais, é preciso avaliar de que maneira elas incidem no Brasil e qual é o comportamento esperado do País até 2030. Nesse sentido, há a necessidade de ouvir especialistas brasileiros em cada um dos temas, interagir com órgãos de governo e com o meio acadêmico, dialogar com representantes da iniciativa privada em torno da reflexão – e posterior construção – de uma agenda de Estado.

Quais as oportunidades e as ameaças para o Brasil que essas megatendências mundiais trazem? Qual deverá ser o posicionamento do Brasil frente a essas megatendências mundiais? É essencial que o Estado e a sociedade brasileiros decidam o que fazer dessa ordem e como se inserir nela. Para tanto, o Estado brasileiro necessita desenvolver pensamento e planejamento estratégicos de longo prazo, pois o ano de 2030 já começou para o Brasil.

Boas escolhas... Bom futuro!
Boa leitura!


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