quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Serendipidade e informação estratégica

Ontem, assistindo a palestra do professor Luc Quoniam, saí de lá com algumas questões: Haveria com se antecipar aos resultados da serendipidade? Se não, como estar preparado para as mudanças? Posso usar a serendipidade no processo de produção de informação estratégica?

Durante sua palestra, o professor Luc afirmou que não há como prever as descobertas e inovações fruto da serendipidade, pois são movimentos evolutivos fruto do acaso. Ao falar isso, me fez lembrar do livro “A lógica do cisne preto”, de Nassim Taleb. Este probabilista afirma que “só é possível prever o ordinário, mas não o inusitado”, entretanto, é justamente o inusitado que faz a diferença. As descobertas, fruto da serendipidade, representam o inusitado.

O professor Luc trouxe diversos exemplos de descobertas e inovações fruto do inusitado, como a descoberta da lei da gravidade, o post-it, o teflon, o aspartame, o velcro, o viagra, a impressora jato de tinta e a pinicilina. Na realidade, são muitas as descobertas fruto da serendipidade que modificam a nossa forma de entender e interagir com o ambiente, como também de enriquecer pessoas e empresas.

Mas qual a importância da serendipidade na produção de informação estratégica, seja para a Inteligência ou para a construção de cenários? Durante a palestra o professor Luc também mostrou que todas essas descobertas somente aconteceram, pois quem as realizou estava preparado, e citou a famosa frase de Luis Paster: “A sorte favorece a mente preparada”. O professor apresentou levantamento do acervo de diversas pessoas e organizações que geram descobertas e inovações que mudaram o mundo, fruto da serendipidade, mostrando com esses dados que, de fato, Paster tinha razão. Sem uma mente preparada para enxergar a oportunidade ela passa sem deixar vestígio, basta lembrar que foi Newton que descobriu a lei da gravidade. Quantas maçãs já haviam caído na cabeça das pessoas e nenhuma delas havia descoberto nenhuma lei física?

Não é a toa que diversos autores da área de Inteligência citam essa famosa frase de Paster, e que muitos da área de Inteligência Competitiva afirmam que a serendipidade é uma qualidade do bom profissional de Inteligência.

Quanto mais conhecimento você adquirir, mais preparado você estará para perceber mudanças e movimentos sutis, identificar sinais fracos e grandes oportunidade. Para a atividade de Inteligência o “ser serendipide” é crucial. Segundo o professor Luc para o exercício da serendipidade a pessoa deve ser observadora, curiosa, intuitiva e estar preparada para administrar as frustrações. Isso por que a serendipidade é o ato de aproveitar as ocorrências inesperadas, e muitas delas são fruto de algo que deu errado. Lembramos que essas também são características de um bom cenarista.

O professor alerta que a burocracia é o oposto da serendipidade e, para exemplificar, mostra uma lista de grandes empresas que possuem dois grandes nomes na liderança, um voltado para a administração (burocrática) e outro para a inovação (não burocrática). “Você tem que sair do quadro para enxergar o novo”, afirma o professor, e a burocracia não permite isso. Cita como exemplo um órgão criado na Comunidade Européia chamado OLAF - European Anti-Fraud Office, que tem como principal missão tentar imaginar movimentos criminoso futuros “fora da caixa”.

Quanto às perguntas que fiz inicialmente ainda estou pensando nas respostas. Mas, certamente, se deixarmos para traz a idéia de tentarmos prever o futuro e partirmos para a produção de informação que nos ajude a construir o futuro, está certamente será uma estratégia vencedora, e a serendipidade certamente nos ajudará produzir cada vez mais e melhor informação estratégica focada na construção do futuro. Se você tem as respostas ou alguma idéia que possa contribuir para responder essas questões, contribua com essa discussão!

domingo, 18 de julho de 2010

Coleção Inteligência Competitiva

Os investimentos em Inteligência Competitiva por parte das organizações no Brasil crescem a cada ano. Entretanto, sua base conceitual ainda está em formação. Muitos conceitos ainda estão vagos e há muita confusão no mercado. Esses problemas acabam impactando no retorno dessas novas áreas para as organizações.

Motivados por esse contexto, um grupo de especialistas e pesquisadores do tema se juntaram para elaborar a Coleção Inteligência Competitiva que será publicada pela Editora Thesaurus. A coleção inicia com oito livros que contribuem com a formação básica dor profissional de Inteligência e também contemplará outras publicações de questões mais avançadas ligadas a formação profissional.


A Coleção Inteligência Competitiva conta com um Comitê Editorial que garante não somente a qualidade científica e conteúdo atualizado das publicações, mas também a unidade conceitual entre as publicações, possibilitando a criação de uma linguagem unificada para os profissionais da área.

O glossário, apresentado ao final das publicações, contém os principais conceitos ligados a Inteligência Competitiva. Esse glossário evolui a cada publicação da coleção e garante a manutenção da unidade de conceitos em todas as obras.
Os livros da Coleção Inteligência Competitiva apresentam aspectos teóricos e práticos, ao contemplar tanto o arcabouço teórico que fundamenta a área, como também orientações práticas, formulários e exemplos de como proceder.
Orientado por uma linguagem clara e objetiva propicia leitura agradável e de fácil absorção inclusive para os iniciantes na área de Inteligência Competitiva.

Esperamos que essa Coleção seja de grande utilidade para os profissionais de Inteligência Competitiva e que contribua para a consolidação da atividade no Brasil.
Boa leitura!

Elaine Marcial
Coordenadora do Comitê Editorial da Coleção Inteligência Competitiva da Thesaurus

Lançamento do livro: Fundamentos da Inteligência Competitiva

Este livro, de minha autoria juntamente com Andrea Lara e Fernando Fernandes, foi lançado em Maio/2010 pela Editora Thesaurus, em Brasília. Ele é o primeiro da Coleção Inteligência Competitiva, formado por oito volumes. Conheça o resumo de seu conteúdo.

A tomada de decisões nas organizações, sejam elas públicas ou privadas, torna-se cada vez mais difícil. Isso porque vivemos em um ambiente de alta turbulência e incerteza que prejudica o processo decisório. Além disso, a informação que antes era escassa e prejudicava as decisões na empresa, hoje sobra exige maior capacidade de processamento e análise provocando um over flow informacional que prejudica da mesma forma o processo decisório. Para completar esse panorama, a competição, que antes estava mais restrita a determinadas áreas geográficas, hoje em dia além de global é virtual, multimídia e multicanal.

É nesse ambiente hiperinformacional e hipercompetitivo quea Inteligência Competitiva ganha espaço, produzindo a informação certa, na hora certa, para que as organizações possam tomar a decisão certa, seja ela produzida para ganhar mercado, aumentar os lucros e reduzir os custos, ou para proteger o conhecimento organizacional sensível.

O livro Fundamentos da Inteligência Competitiva proporciona ao leitor um panorama dessa atividade, seus principais conceitos e métodos. Também orienta as organizações a como organizar uma equipe de Inteligência com competência para a produção de informações estratégicas que faça a diferença, que evita que a organização seja surpreendida e que garanta sua competitividade em ambientes turbulentos a médio e longo prazo.

Leitura obrigatória para quem pretende implantar uma área de Inteligência Competitiva em organizações públicas ou privadas ou ingressar na área, este livro é destinado tanto a executivos quanto a profissionais das áreas de Inteligência Competitiva, biblioteconomia, planejamento e marketing.

Além de apresentar sua evolução no mundo, Fundamentos da Inteligência Competitiva proporciona uma visão dos avanços dessa atividade no Brasil ao citar diversos casos de sucessos brasileiros, dos quais alguns se tornaram best practice no mundo. “Mostra a criatividade brasileira transformada em inovação e resultado para o mundo no campo da Inteligência Competitiva.