As inscrições
para o lançamento do livro “Megatendências mundiais 2030 – O que entidades e personalidades internacionais pensam sobre o futuro do mundo?, de minha co-autoria, já
estão abertas.
Como já havia divulgado, o lançamento
ocorrerá no dia 14 de outubro de 2015 (quarta-feira), em Brasília, no auditório
do Ipea, no SBS Quadra 1, bloco J, Ed. BNDES/Ipea, a partir da 9hs, e será
distribuído gratuitamente.
Se você ainda
não fez a sua inscrição e para facilitar a entrada no Ipea, favor confirmar
participação no evento pelo email:
eventos@ipea.gov.br
Participe da
manhã de autógrafos, confraternização, debate e realização de networking com as comunidades de
Planejamento e Estudos de Futuro que se integram neste evento.
Conheça mais sobre o conteúdo esse livro.
O livro
“Megatendências mundiais 2030” reforça a necessidade de que líderes, tomadores
de decisão e analistas brasileiros formulem estratégias nacionais em função do
papel que o Brasil pretende exercer no mundo e das aspirações da própria
sociedade, considerando os possíveis desafios e oportunidades futuras.
O livro
destaca a redefinição da ordem global e caracteriza o momento como um período
de transição. Cada uma das cinco dimensões abordadas está passando por
transformações significativas que, ou alterarão as estruturas de poder, horizontais
e verticais, ou fortalecerão essas estruturas. Não se sabe esse movimento será
competitivo ou cooperativo, se haverá ou não novos paradigmas – ou mesmo a
reformulação dos atuais – para orientar a condução das ações futuras. As
dimensões se caracterizam como transversais e qualquer evento que ocorra em um
deles afeta os demais, ainda que seus efeitos sejam assimétricos.
No campo da
população e sociedade, a ideia força é o novo perfil populacional. Até 2030, a
população mundial estará envelhecida e jovem ao mesmo tempo – por mais
paradoxal que isso soe –, urbanizada, mais escolarizada, com melhor renda e
mais empoderada. Países enfrentarão desafios com relação à mão de obra pelas
razões inversas – uns, pela falta; outros, pela abundância –, à garantia de
serviços públicos de qualidade, à solvência do sistema de seguridade social, à
mobilidade urbana em cidades superlotadas, aos fluxos migratórios, à maior
desigualdade social, entre outras questões. Já a sociedade, mais informada,
poderá pressionar seus governos para negociar diretamente suas demandas,
provocando ondas de protestos que poderão se alastrar pelos países e pelo
mundo.
Quanto à geopolítica,
o principal aspecto é a redistribuição do poder global, menos concentrado no
Ocidente e mais direcionado ao Oriente, entremeado pela ascensão de potências
emergentes. O desgaste progressivo da hegemonia dos Estados Unidos e da Europa
e o crescimento da influência do BRICS e dos Estados Médios ampliam o debate em
torno da governança global, atualmente em déficit, e outras questões
relevantes, como a segurança internacional. A ampliação da multipolaridade pode
trazer uma nova reconfiguração do poder militar. Difícil prever se essa guinada
cada vez mais acelerada rumo à multipolarização, mas com prevalência de
assimetrias, será conflituosa ou pacífica.
Na dimensão
ciência e tecnologia, é a economia da inovação que ditará a lógica dos desdobramentos
futuros. As inovações, além de facilitarem a vida das pessoas, se tornaram
condição indispensável da produtividade e do desenvolvimento socioeconômico e
sustentável no século XXI. O progresso científico e tecnológico é cada vez mais
multidisciplinar e suas aplicações, mais integradas. As Tecnologias da Informação
e da Comunciação, por exemplo, estão modificando a natureza das relações
humanas, desde o trabalho até o lazer. Quando a automação, robótica,
nanotecnologia e biotecnologia estiverem plenamente desenvolvidas, novas
transformações virão.
Os modelos
econômicos concorrentes estarão no centro do debate em torno do tema economia
até 2030. Há uma reconfiguração em andamento na economia global, com países
emergentes sustentando um maior crescimento do que países desenvolvidos. Essa
reconfiguração acirrará a discussão em torno de modelos econômicos e trará para
o centro da agenda global questões como presença do Estado na economia,
inclusão social, classe média, novas regulamentações ao comércio e sistema
financeiro internacional, investimentos em capital humano e inovações como
fatores chave do crescimento econômico, responsabilidade fiscal e até mesmo
água, energia e alimentos, entre outras.
Finalmente, no
último tema, meio ambiente, a ideia força é o aumento do consumo em um cenário
de escassez de recursos naturais e de degradação ambiental até 2030, adicionado
a potenciais eventos climáticos extremos. Ainda é difícil avaliar se a Rio+20 e
o lançamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável implementarão um novo
paradigma ambiental que finalmente compatibilize qualquer modelo de crescimento
econômico com sustentabilidade. Fato é que o modelo e o paradigma atual são
agressivos ao meio ambiente e, além de levarem à escassez de recursos naturais,
poderão contribuir para a ocorrência de eventos extremos, ocasionando impactos
negativos ao ambiente social e econômico.
Todas essas
questões afetam, direta ou indiretamente, os caminhos pelos quais o Brasil
tenciona andar nas próximas duas décadas. Não se trata de um receituário
pré-concebido para o planejamento estratégico de longo prazo nacional, e sim de
questões importantes que merecem ser pensadas com a devida cautela analítica
nesse planejamento. Logo, as escolhas sobre o futuro se constroem no presente.
Isso é fundamental para o Brasil se preparar para enfrentar os desafios e as
oportunidades que se apresentarão entre 2015 e 2030.
Este trabalho
é, na verdade, um ponto de partida para uma discussão mais ampla. Uma vez
identificadas as megatendências e as Sementes de Futuro visualizadas por
organizações internacionais, é preciso avaliar de que maneira elas incidem no
Brasil e qual é o comportamento esperado do País até 2030. Nesse sentido, há a
necessidade de ouvir especialistas brasileiros em cada um dos temas, interagir
com órgãos de governo e com o meio acadêmico, dialogar com representantes da
iniciativa privada em torno da reflexão – e posterior construção – de uma
agenda de Estado.
Quais as
oportunidades e as ameaças para o Brasil que essas megatendências mundiais
trazem? Qual deverá ser o posicionamento do Brasil frente a essas
megatendências mundiais? É essencial que o Estado e a sociedade brasileiros
decidam o que fazer dessa ordem e como se inserir nela. Para tanto, o Estado
brasileiro necessita desenvolver pensamento e planejamento estratégicos de
longo prazo, pois o ano de 2030 já começou para o Brasil.
Boas
escolhas... Bom futuro!
Boa leitura!