Retomo hoje o debate levantado pela McKinsey
(DOBBS et al., 2015), sobre as quatro
forças globais que quebram todas as tendências, destacando o aumento da
expectativa de vida na população mundial associado ao fenômeno do seu
envelhecimento. Não só viveremos mais, mas os idosos ocuparão cada vez mais um
percentual maior na pirâmide etária. Espera-se que, até 2030, a
população mundial de pessoas com mais de 65 anos deve dobrar para um bilhão,
elevando a proporção de idosos de 8% para 13% (KPMG, 2013).
Segundo o estudo: “envelhecer não é mais como era antigamente”. O perfil dessa nova população
idosa também passa por alterações. Os idosos serão pessoas mais ativas,
muitas ainda trabalhando, e com uma vida social pujante, realizando atividades
físicas, voltando a estudar, buscando uma nova profissão e investindo em atividades de lazer e turismo. Se o avanço esperado nos serviços de
saúde melhorar a qualidade de vida dos idosos, aumentará a possibilidade deles
permanecerem trabalhando por mais tempo, reduzindo a pressão nas contas da previdência. Além
disso, novos formatos de trabalho poderão surgir voltados para absorção desses
idosos, inclusive com horários de trabalho diferenciados e flexíveis.
Entretanto, serão muitos os desafios para aprendermos a lidar com um mundo envelhecido. Como crescer de forma sustentável em um ambiente de redução da mão de obra produtiva, já que a tendência é de crescimento da população com taxas marginais decrescentes, associada a uma população envelhecida, onerando o sistema previdenciário?
Esse novo perfil
demográfico demandará dos governos políticas voltadas aos idosos. No entanto, abre-se um
novo mercado para o atendimento dessa parcela da população com tempo disponível e ávida
por consumir, não somente produtos, mas principalmente serviços. Destacam-se os
serviços nos campos da educação, do lazer e turismo, da automação residencial e
da robótica para cuidar dos idosos em tempos de aumentos dos custos
trabalhistas.
No Japão, um quarto da população de 128 milhões de
habitantes tem mais de 65 anos, inovações que facilitam a vida dos idosos ou de
seus cuidadores são alvo de muitas pesquisas e têm enorme potencial de negócios,
como mostrou a Exposição Internacional de Robôs, em Tóquio, em 2013 (PUCRS,
2015), incluindo tanto o desenvolvimento da assistência médica remota quanto
robôs médicos.
Espero
transformações significativas ligadas a essa megatendência.
Boas
escolhas ... bom futuro!
Boa
leitura!
REFERÊNCIA
DOBBS, Richard; MANYIKA, James; WOETZEL,
Jonathan. The four global forces
breaking all the trends. McKinsey Global
Institute, Apr. 2015. Disponível em:<http://www.mckinsey.com/insights/strategy/the_four_global_forces_breaking_all_the_trends>. Acesso em 25 maio de
2015.
DOBBS, Richards et al. Resourse revolution:
meeting the worlds energy, materials, food and water needs. [S.l.]: McKinsey&Company, Nov. 2011. Disponível em:
<http://goo.gl/GbFXLh>. Acesso em: 13 set. 2015.
KPMG INTERNATIONAL. Future State 2030: The global
megatrends shaping governments. Toronto:
KPMG, 2013. Disponível em:
<http://www.kpmg.com/dutchcaribbean/en/Documents/Publications/FutureState2030WebAccessibleFINAL.pdf>.
Acesso em: 17 fev. 2014.
PUCRS. Robôs que auxiliam idosos e deficientes
fazem sucesso no Japão. Disponível
em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/planeta-ciencia/noticia/2013/11/robos-que-auxiliam-idosos-e-deficientes-fazem-sucesso-no-japao-4327126.html>.
Acesso em: 13 set. 2015.
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