domingo, 13 de setembro de 2015

Envelhecer não é mais como era antigamente

Retomo hoje o debate levantado pela McKinsey (DOBBS et al., 2015), sobre as quatro forças globais que quebram todas as tendências, destacando o aumento da expectativa de vida na população mundial associado ao fenômeno do seu envelhecimento. Não só viveremos mais, mas os idosos ocuparão cada vez mais um percentual maior na pirâmide etária. Espera-se que, até 2030, a população mundial de pessoas com mais de 65 anos deve dobrar para um bilhão, elevando a proporção de idosos de 8% para 13% (KPMG, 2013).

Segundo o estudo: “envelhecer não é mais como era antigamente”. O perfil dessa nova população idosa também passa por alterações. Os idosos serão pessoas mais ativas, muitas ainda trabalhando, e com uma vida social pujante, realizando atividades físicas, voltando a estudar, buscando uma nova profissão e investindo em atividades de lazer e turismo. Se o avanço esperado nos serviços de saúde melhorar a qualidade de vida dos idosos, aumentará a possibilidade deles permanecerem trabalhando por mais tempo, reduzindo a pressão nas contas da previdência. Além disso, novos formatos de trabalho poderão surgir voltados para absorção desses idosos, inclusive com horários de trabalho diferenciados e flexíveis.

Entretanto,  serão muitos os desafios para aprendermos a lidar com um mundo envelhecido. Como crescer de forma sustentável em um ambiente de redução da mão de obra produtiva, já que a tendência é de crescimento da população com taxas marginais decrescentes, associada a uma população envelhecida, onerando o sistema previdenciário?

Esse novo perfil demográfico demandará dos governos políticas voltadas aos idosos. No entanto, abre-se um novo mercado para o atendimento dessa parcela da população com tempo disponível e ávida por consumir, não somente produtos, mas principalmente serviços. Destacam-se os serviços nos campos da educação, do lazer e turismo, da automação residencial e da robótica para cuidar dos idosos em tempos de aumentos dos custos trabalhistas.

No Japão, um quarto da população de 128 milhões de habitantes tem mais de 65 anos, inovações que facilitam a vida dos idosos ou de seus cuidadores são alvo de muitas pesquisas e têm enorme potencial de negócios, como mostrou a Exposição Internacional de Robôs, em Tóquio, em 2013 (PUCRS, 2015), incluindo tanto o desenvolvimento da assistência médica remota quanto robôs médicos.

Espero transformações significativas ligadas a essa megatendência.

Boas escolhas ... bom futuro!
Boa leitura!

REFERÊNCIA
DOBBS, Richard; MANYIKA, James; WOETZEL, Jonathan. The four global forces breaking all the trends. McKinsey Global Institute, Apr. 2015. Disponível em:<http://www.mckinsey.com/insights/strategy/the_four_global_forces_breaking_all_the_trends>. Acesso em 25 maio de 2015.
DOBBS, Richards et al. Resourse revolution: meeting the worlds energy, materials, food and water needs. [S.l.]: McKinsey&Company, Nov. 2011. Disponível em: <http://goo.gl/GbFXLh>. Acesso em: 13 set. 2015.
KPMG INTERNATIONAL. Future State 2030: The global megatrends shaping governments. Toronto: KPMG, 2013. Disponível em: <http://www.kpmg.com/dutchcaribbean/en/Documents/Publications/FutureState2030WebAccessibleFINAL.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2014.
PUCRS. Robôs que auxiliam idosos e deficientes fazem sucesso no Japão.  Disponível em: <http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/planeta-ciencia/noticia/2013/11/robos-que-auxiliam-idosos-e-deficientes-fazem-sucesso-no-japao-4327126.html>. Acesso em: 13 set. 2015.

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