domingo, 27 de setembro de 2015

Maior conexão global

A última força que quebra todas as demais tendências levantada pela McKinsey (DOBBS et al., 2015) é a Maior conexão global entre pessoas, negócios, finanças e informação.

Os autores chamaram a atenção ao grau de conexão que existe hoje em dia e que só tende a crescer. Sendo que, na análise realizada por eles, nem foram considerados os avanços da internet das coisas. Logo, é importante anexarmos a essa análise a conexão máquina a máquina sem as pessoas.

Nesse contexto, os produtos e serviços estarão cada vez mais imbricados e, em sua maioria, conectados à internet, da linha branca ao carro, das joias às pessoas. São exemplos: os testes do Google Glass – óculos conectados à Internet, que tiram fotos, gravam vídeos, mostram mapas e enviam mensagens; o anel Ringbow, que controla dispositivos touchscreen no uso de videogames à distância; e a Jawbone Up, uma pulseira com sensores que monitoram o seu dia a dia, incluindo a qualidade do sono, tudo isso integrado a um aplicativo no smartphone, que exibe a performance nos exercícios e permite controlar a dieta diariamente (MARCIAL et al, 2015).

Um dos grandes impulsionadores desse movimento é o aumento da velocidade de transmissão da informação, em seus diversos formatos, e a evolução da tecnologia de telefonia móvel, em particular a dos smartphones. Segundo o relatório do World Bank (2012), cerca de três quartos dos habitantes do planeta tinham acesso a um telefone celular em 2012.

Em 2013, havia cerca de 2,7 bilhões de pessoas acessando a internet no mundo, representando 25% da população mundial. Nos países desenvolvidos, a taxa de penetração é de 64% e nos países em desenvolvimento é de, aproximadamente, 12% (INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION, 2013).

O avanço da telefonia móvel associada ao crescimento do acesso à internet sugere que o mundo será cada vez mais interconectado, chegando em 2030 com mais da metade da população mundial com acesso à internet (EUISS/ESPAS, 2011). Espera-se que a internet de alta velocidade sem fio esteja disponível em todo o mundo, para as classes sociais alta e média, e para todas as regiões rurais dos países desenvolvidos, até 2030 (SLIBERGLITT et al., 2006).

Certamente as oportunidades que serão criadas serão ímpares, mas fomentando a volatilidade inesperada, como destacado no texto da McKinsey. Isso porque essa conexão global faz com que o comportamento de um país, de uma empresa ou mesmo de um único indivíduo possa ter alto potencial de impacto nos demais, criando ambientes de grandes surpresas e incertezas.

A conexão global certamente contribuirá para a construção de um mundo muito diferente do que vivemos hoje. Nesse contexto, pergunto: O Brasil estará preparado para esse novo mundo? Quais investimentos devemos fazer hoje para aproveitarmos o perfil conectivo de nossa sociedade e o canalizarmos para o desenvolvimento do nosso País?

Boas escolhas... Bom futuro!
Boa leitura!

REFERÊNCIAS
DOBBS, Richard; MANYIKA, James; WOETZEL, Jonathan. The four global forces breaking all the trends. McKinsey Global Institute, Apr. 2015. Disponível em:<http://www.mckinsey.com/insights/strategy/the_four_global_forces_breaking_all_the_trends>. Acesso em 25 maio de 2015.

INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION. The world in 2013. ICT Facts and Figures. Genebra: ITU, fev. 2013. Disponível em: <http://www.itu.int/en/ITU-D/Statistics/Documents/facts/ICTFactsFigures2013-e.pdf>. Acesso em: 22 set. 2014.

MARCIAL et al. Megatendências mundiais 2030: O que organizações no mundo pensam sobre o futuro do mundo? Brasília: Ipea, 2015. Livro no prelo, com lançamento marcado para o dia 14 de outubro de 2015, no auditório do Ipea, em Brasília às 9 horas.

SLIBERGLITT, Richard; ANTÓN, Philip S.; HOWELL, David R.; WONG, Anny. The global technology revolution 2020, in-depth analyses: bio/nano/materials/information trends, drivers, barriers and social impact. Santa Monica: Rand, 2006.

WORLD BANK. 2012 Information and communication for development: maximizing mobile. Washington: World Bank, 2012.


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