A última força que quebra todas as demais tendências
levantada pela McKinsey (DOBBS et al.,
2015) é a Maior conexão global entre
pessoas, negócios, finanças e informação.
Os autores chamaram a atenção ao grau de
conexão que existe hoje em dia e que só tende a crescer. Sendo que, na análise
realizada por eles, nem foram considerados os avanços da internet das coisas. Logo,
é importante anexarmos a essa análise a conexão máquina a máquina sem as
pessoas.
Nesse contexto, os produtos e serviços
estarão cada vez mais imbricados e, em sua maioria, conectados à internet, da
linha branca ao carro, das joias às pessoas. São exemplos: os testes do Google
Glass – óculos conectados à Internet, que tiram fotos, gravam vídeos, mostram
mapas e enviam mensagens; o anel Ringbow, que controla dispositivos touchscreen no uso de videogames à
distância; e a Jawbone Up, uma pulseira com sensores que monitoram o seu
dia a dia, incluindo a qualidade do sono, tudo isso integrado a um aplicativo
no smartphone, que exibe a performance nos exercícios e permite controlar a
dieta diariamente (MARCIAL et al,
2015).
Um dos grandes impulsionadores desse
movimento é o aumento da velocidade de transmissão da informação, em seus
diversos formatos, e a evolução da tecnologia de telefonia móvel, em particular
a dos smartphones. Segundo o relatório do World Bank (2012), cerca de três
quartos dos habitantes do planeta tinham acesso a um telefone celular em 2012.
Em 2013, havia cerca de 2,7 bilhões de
pessoas acessando a internet no mundo, representando 25% da população mundial.
Nos países desenvolvidos, a taxa de penetração é de 64% e nos países em
desenvolvimento é de, aproximadamente, 12% (INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION,
2013).
O avanço da telefonia móvel associada ao
crescimento do acesso à internet sugere que o mundo será cada vez mais
interconectado, chegando em 2030 com mais da metade da população mundial com
acesso à internet (EUISS/ESPAS, 2011). Espera-se que a internet de alta
velocidade sem fio esteja disponível em todo o mundo, para as classes sociais
alta e média, e para todas as regiões rurais dos países desenvolvidos, até 2030
(SLIBERGLITT et al., 2006).
Certamente as oportunidades que serão criadas
serão ímpares, mas fomentando a volatilidade inesperada, como destacado no
texto da McKinsey. Isso porque essa conexão global faz com que o comportamento
de um país, de uma empresa ou mesmo de um único indivíduo possa ter alto
potencial de impacto nos demais, criando ambientes de grandes surpresas e
incertezas.
A conexão global certamente contribuirá para
a construção de um mundo muito diferente do que vivemos hoje. Nesse contexto,
pergunto: O Brasil estará preparado para esse novo mundo? Quais investimentos devemos
fazer hoje para aproveitarmos o perfil conectivo de nossa sociedade e o canalizarmos
para o desenvolvimento do nosso País?
Boas escolhas... Bom futuro!
Boa leitura!
REFERÊNCIAS
DOBBS, Richard; MANYIKA, James;
WOETZEL, Jonathan. The four global
forces breaking all the trends. McKinsey Global
Institute, Apr. 2015. Disponível em:<http://www.mckinsey.com/insights/strategy/the_four_global_forces_breaking_all_the_trends>.
Acesso em 25 maio de 2015.
INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION. The world in 2013. ICT Facts
and Figures. Genebra: ITU, fev. 2013. Disponível
em: <http://www.itu.int/en/ITU-D/Statistics/Documents/facts/ICTFactsFigures2013-e.pdf>.
Acesso em: 22 set. 2014.
MARCIAL et
al. Megatendências mundiais 2030:
O que organizações no mundo pensam sobre o futuro do mundo? Brasília: Ipea, 2015.
Livro no prelo, com lançamento marcado para o dia 14 de outubro de 2015, no auditório
do Ipea, em Brasília às 9 horas.
SLIBERGLITT, Richard; ANTÓN, Philip S.; HOWELL, David R.; WONG, Anny. The global technology revolution 2020,
in-depth analyses: bio/nano/materials/information trends, drivers, barriers
and social impact. Santa Monica: Rand, 2006.
WORLD BANK. 2012 Information and
communication for development: maximizing mobile. Washington: World Bank,
2012.
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