Hoje, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico ou Econômico (OCDE) lançou os últimos cenário mundiais desenvolvidos por eles: Global Scenarios 2035: Exploring implications for the future of global collaborations and the OECD. Emoram apresentados e debatidos três cenários, ou seja. Essas três possiblidades de futuro foram construídas com base em seis forças de mudanças globais: a interconectividade digital além das fronteiras; a eficácia e as alianças de estados; a influência de atores não estatais; mudanças em valor e valores; gestão de recursos para a economia digital e verde; riscos comuns para a humanidade.
Reflexão e debates profundos desses
cenários merecem ser realizados no nosso país, visto que os desafios
apresentados por eles são muito maiores do que as oportunidades. Desafios esses
para os países, para o mundo e para a humanidade.
Apesar dos cenários não serem
previsões, as possibilidades de futuro apresentadas nos alertam que podemos
estar caminhando para momentos difíceis da humanidade e, para evitarmos que
esses cenários aconteçam, teremos que olhar fora da caixa e abrir mão de
algumas crenças associadas a amarras do passado para podermos construir um
futuro diferente. Temos que nos conscientizar que juntos seremos melhor e
iremos mais longe. Está em nossas mãos construir um futuro melhor.
A síntese desses três cenários são
apresentados a seguir.
Mundo multitrack – o mundo seria dividido em cinco clusters separados. A dissociação digital levou a uma proliferação de ecossistemas concorrentes que se solidificaram como aglomerados de países. As características desses possível mundo futuro: infraestruturas digitais separadas; diferentes valores e definições de bem-estar; o comércio e a mobilidade são altos dentro dos clusters, mas não entre eles; atores não estatais (por exemplo, empresas) limitados a clusters.
“Em 2035, o mundo está funcionando
em vário clusters separados. Diferentes sistemas e padrões em diferentes partes
do mundo se solidificaram, criando vários grupos paralelos de estados. As
atitudes em relação aos principais determinantes do bem-estar, como
desigualdade, liberdade de expressão e vigilância são altamente divergentes
entre os grupos. Os clusters têm infraestruturas digitais separadas e atores
corporativos amplamente equivalentes, que se adaptaram a padrões regulatórios e
culturais exclusivos. Poucas empresas ou organizações da sociedade civil são
capazes de operar com sucesso em vários clusters. O afastamento em larga escala
da globalização e da desconfiança entre os clusters levou à diminuição do
interesse e do incentivo à cooperação internacional. Este é um mundo de
diversidade, em vez de universalidade, onde as ideias sobre o que constituem as
melhores políticas, melhores práticas e como medir ambas variam
significativamente com base nos sistemas de valores individuais de cada cluster.”
(OECD, 2021).
Mundo Virtual – A maior parte da atividade social e econômica está no metaverso[1]. O teletrabalho, a realidade virtual imersiva (VR) e a interoperabilidade trouxeram cada vez mais vida ao espaço virtual. As características desse possível mundo são: tremendo poder corporativo; negociações complexas sobre direitos e liberdades digitais; a infraestrutura digital impõem a desigualdade entre os estados; qualidade de vida em grande parte determinada pelo que acontece em VR.
“Bem-vindo ao metaverso de 2035,
uma plataforma virtual interconectada onde a maioria de todas as interações
humanas, para negócios ou lazer, agora acontecem. As empresas de tecnologia
fornecem o hardware e o software, competindo para fornecer aos
clientes novos recursos e experiências. Os estados controlam quais hardwares
e liberdades criativas são disponibilizados para seus cidadãos no universo
virtual por meio de medidas regulatórias, equilibrando os requisitos de
segurança do estado com o desejo de estar na vanguarda da tecnologia. Nesse
cenário, a diplomacia é mais importante e complexa do que nunca: as relações
entre estados, empresas de plataforma e usuários (como clientes e criadores)
precisam ser gerenciadas com delicadeza.” (OECD, 2021).
Mundo Vulnerável – Novos riscos existenciais requerem cooperação sem precedentes. Transição ambiental impulsionada pela tecnologia e alto crescimento econômico, apesar do multilateralismo vacilante. As características desse possível mundo futuro são: inovação nas emissões com acelerado poder da tecnologia; a humanidade está enfrentando múltiplos riscos existenciais; alta produtividade, mas extrema desigualdade; colaboração mais sofisticada é necessária.
“O ano é 2035 e a humanidade está à
beira do precipício. A inovação tecnológica avançou mais rápido do que o
esperado, trazendo uma infinidade de benefícios e, ao mesmo tempo, gerando
riscos existenciais que exigem colaboração global urgente. Avanços importantes
permitiram reduções dramáticas nas emissões de gases de efeito estufa (GEE),
mas não impediram níveis perigosos de degradação ambiental em outras áreas. A
inteligência artificial, a biologia sintética e o desenvolvimento do espaço
avançaram rapidamente, criando enormes benefícios de produtividade, mas também
vulnerabilidades que podem ser catastróficas para a civilização. A produção
automatizada criou bens e serviços suficientes para atender às necessidades
materiais básicas, mas levou a desigualdades extremas e concentrações de poder
que estão corroendo as bases da democracia. Nesse contexto, as instituições
multilaterais enfrentam questões fundamentais sobre seu papel na salvaguarda da
humanidade contra o poder sem precedentes que possui de destruir seu próprio
potencial.” (OECD, 2021).
Mais informações sobre o estudo de
futuro realizado pela OCDE estão disponíveis em: https://search.oecd.org/economy/global-scenarios-2035-df7ebc33-en.htm.
Referência
OECD (2021). Global Scenarios 2035: Exploring implication for the future
of global collaboration and the OECD. Paris: OECD:
http://doi.org/10.1787/df7ebc33-en.
Esse texto nos possibilita refletir sobre o que desejamos para o futuro: poder para poucos ou usar de forma responsável os benefícios tecnológicos para uma sociedade mais justa e humana?
ResponderExcluir