Se pararmos para pensar estrategicamente sobre o futuro da humanidade, ela passa, no meu ver, pela descoberta de energia abundante e barata e pela conquista do espaço. Até para conquistarmos o espaço teremos que ter energia em abundância.
Hoje, o Brasil deu um passo importante
na nova corrida espacial, que integra a iniciativa publica e privada, ao
assinar a parceira com a Agência Espacial Americana (Nasa), que contempla a sua
participação no programa Artemis. Tal programa tem por objetivo levar a
primeira mulher e o próximo homem à Lua até 2024, bem como desenvolver
tecnologias para enviar a primeira missão humana à Marte.
O plano da Nasa é duplo: alcançar a meta
de um pouso humano até 2024 enquanto trabalha, simultaneamente, para a
exploração lunar sustentável até o final da década de 2020, datas consideradas
ambiciosas e que deverão acelerar as diversas inciativas que ocorrem em
paralelo.
O programa Artemis foca no retorno à Lua
a partir de 2021. A construção de elementos sustentáveis na Lua e ao seu redor
permitirão o desenvolvimento mais rápido de novas investigações científicas e
experimentos tecnológicos, que conjugam atividades robóticas e humanas.
Da mesma forma que a Estação Espacial
Internacional criou as condições para avançarmos para a Lua, o estabelecimento
de espaços habitados na Lua fornecerá as condições para a exploração e
conquista de Marte.
Plagiando Neil Armstrong e dado um toque
brasileiro: "Um pequeno passo de alguns brasileiros, mas um grande salto
para o país." Espero que desta vez o governo brasileiro consiga manter o
acordo e cumprir com suas obrigações e responsabilidades no acordo de
cooperação, não repetindo o ocorrido com o frustrado acordo firmado também com a
Nasa, em 1997, de participação no consórcio de construção da International
Space Station.
O acordo visava a produção de componentes para a referida Estação Espacial e, em troca, poder ter acesso a ela. Tal acordo resultou na ida do primeiro astronauta brasileiro, o ministro Marcos Pontes, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Entretanto, o Brasil não cumpriu o referido acordo e ficou fora do projeto. Após quase dez anos de participação, o país deixou de ser considerado na lista de fabricantes da base orbital.
É esperado que com o novo acordo firmado
entre a Nasa e o MCTI, junto com a Agência Espacial Brasileira (AEB), haja uma
aceleração no programa espacial brasileiro. Essa nova parceria abre um mundo de
possibilidade no campo do desenvolvimento científico e tecnológico para o nosso
país, com a possível geração de diversos spin-off1 para a
nossa sociedade. Também abre espaço para que empresas e startups
brasileiras possam se tornar fornecedoras de produtos e serviços tanto para o
processo de conquista da Lua quanto o de Marte, abrindo novas fronteiras para o
comércio exterior brasileiro.
Convido a todos para uma reflexão
estratégica de médio e longo prazo:
· Quais serão os
principais desenvolvimentos científicos e tecnológicos que serão gerados
durante o programa que o Brasil terá acesso?
· Quais os possíveis spin-off
que esse acordo poderá gerar para sociedade brasileira? Quais os principais
campos que serão beneficiados?
· O espaço fará parte do
comércio exterior brasileiro? Seremos fornecedores para a Lua e para Marte?
· A participação no programa
Artemis irá gerar emprego e renda para o Brasil?
· Teremos brasileiros
vivendo/trabalhando na Lua? E em Marte?
· Teremos uma estação de pesquisa
espacial na Lua, com temos na Antártida? E em Marte?
1 A Nasa frequentemente
divulga os spin-off do programa espacial americano.
Referência
Para obter informações sobre a parceria
do Brasil com a Nasa – Disponível em: https://www.gov.br/pt-br/noticias/educacao-e-pesquisa/2020/12/brasil-oficializa-participacao-no-programa-artemis-da-nasa
Para obter mais informações sobre o
projeto Artemis da Nasa – Disponível em:
https://www.nasa.gov/specials/artemis/
https://www.nasa.gov/topics/moon-to-mars
Para mais informações sobre os spin-off
do programa espacial americano. – Disponível em:
https://www.kennedyspacecenter.com/blog/nasa-spinoffs
Olá Elaine; me desculpe postar um comentário que é uma pergunta; e que nada tem a ver com a postagem. Estou tentando entender a diferença entre Cisnes Negros e Wild Cards (Coringas). Para mim são muito parecidos. Um colega comentou que apresentam diferenças sutis. Sem me dizer quais. Quando analiso os exemplos, cabem em uma ou em outra classificação. Em apresentações suas e do IPEA, sem autor, aparece uma sutil diferença: Cisnes Negros não determinam a lógica dos cenários e os Wild Cards sim. É isto? Que exemplos poderiam ser dados de um e de outra "semente de futuro"? Obrigado se puder responder.
ResponderExcluir